Um alerta para a Grã-Bretanha e suas colônias Anthony Benezet

Anthony Benezet foi um educador, filósofo e abolicionista Quaker nascido na França. Criado em uma família de filantropos, Benezet esteve profundamente comprometido com causas humanas desde cedo. Ele dedicou sua vida adulta à promoção da abolição, tanto nos Estados Unidos quanto na Grã-Bretanha. As palestras, panfletos e livros bem-sucedidos de Benezet mudaram a opinião de muitas pessoas que eram apáticas ou resistentes aos esforços de emancipação. Ele escreveu prolificamente sobre a escravidão, instando governos e indivíduos a tornarem a abolição uma realidade global.

Benezet nasceu em 1713 em Saint-Quentin, França, em uma rica família de comerciantes. Aos 17 anos, Benezet foi enviado para a Inglaterra para trabalhar nos negócios da família. Aqui ele encontrou o movimento Friends ou Quaker e logo começou a se converter a essa fé. Aos 22 anos deixou a Inglaterra e chegou à Filadélfia, onde trabalhou como lojista e professor.

Na Filadélfia, Benezet rapidamente se tornou um líder na comunidade Quaker. Escreveu panfletos e publicou um livro, Some Historical Account of Guinea em 1771, que argumentava que o povo africano tinha herdado os mesmos direitos à liberdade que qualquer outro ser humano e que a escravatura era injusta e desumana. Ele também argumentou que o comércio de escravos deveria ser abolido e que os escravos deveriam ser libertados. Nas duas décadas seguintes, ele espalhou sua mensagem de abolição por todo o Império Britânico, dando palestras na Escócia, País de Gales e Irlanda.

O trabalho de Benezet influenciou muito a forma como as pessoas nas colônias britânicas viam a escravidão. Ele conseguiu convencer muitas das colônias a encerrar seu envolvimento no comércio de escravos. Sua argumentação convenceu muitos proprietários de escravos, enquanto seu carisma conquistou o coração da maioria dos que ouviam suas palestras. A imprensa britânica apoiou fortemente os seus esforços, e até a Câmara dos Comuns aprovou uma moção para apoiar os esforços de Benezet.

Ao longo de sua vida, Benezet também atuou como defensor dos direitos dos nativos americanos. Ele argumentou que os nativos americanos estavam sendo maltratados e que os europeus tinham a obrigação moral de proteger os seus direitos. Ele também defendeu os protestos Quaker contra as políticas britânicas opressivas. Ele acreditava fervorosamente no pacifismo e frequentemente escrevia contra as guerras entre a Grã-Bretanha e a América.

Na época de sua morte, em 1784, várias colônias britânicas haviam abolido o comércio de escravos. Os esforços da Benezet foram considerados um factor importante na mudança. O legado do trabalho de Benezet foi homenageado pelo movimento Quaker e ele é lembrado como um corajoso defensor dos direitos humanos.

Racismo nas colônias e a posição de Benezet contra ele

O racismo, sob a forma de escravatura e de tratamento desigual dos povos africanos nas colónias britânicas, foi generalizado durante a vida de Benezet. Ele acreditava que estas atitudes tinham de ser desafiadas e trabalhou diligentemente para defender os direitos dos povos africanos nas colónias. Em 1775, ele escreveu um panfleto intitulado A Caution to Great Britain and Her Colonies, que argumentava que a escravidão e o tratamento desigual do povo africano eram imorais e que as colônias deveriam tomar medidas para acabar com isso.

Neste panfleto, Benezet também argumentou que as pessoas de cor possuíam os mesmos direitos que qualquer outro ser humano. Ele argumentou que os brancos não poderiam negar direitos às pessoas de cor sem negar esses direitos a si mesmos. Ele defendeu a liberdade de movimento para todas as pessoas, independentemente da raça.

Benezet afirmou que acabar com a escravatura e conceder plenos direitos ao povo africano ajudaria a criar um mundo mais justo e igualitário. Ele argumentou que o governo britânico tinha a responsabilidade de promover a igualdade racial e que não o fazer poderia ter efeitos ruinosos na sociedade. Os argumentos de Benezet eram únicos para a época e ajudaram a preparar o caminho para maiores liberdades para as pessoas de cor nas colónias britânicas.

Argumentos econômicos contra a escravidão

Além dos argumentos morais contra a escravatura, Benezet também destacou as desvantagens económicas de escravizar os povos africanos. Ele argumentou que o comércio de escravos era prejudicial ao progresso económico das colónias, uma vez que os povos africanos não eram autorizados a desenvolver as competências necessárias para criar riqueza. Ele também argumentou que o trabalho escravo era muitas vezes ineficiente e caro no longo prazo, pois os escravos precisariam ser substituídos devido a mortes prematuras ou ferimentos.

Benezet instou que os proprietários de escravos fossem compensados ​​pelas suas perdas, pois acreditava que tal acordo era necessário para motivar o abandono da escravatura. Ele, no entanto, recusou-se a aceitar que qualquer compensação fosse para os escravos africanos, pois acreditava que eles tinham valor igual a qualquer outro ser humano.

O legado de Benezet

Benezet foi citada como um grande exemplo de como uma pessoa pode fazer a diferença no que diz respeito à luta pelos direitos humanos. Ele trabalhou incansavelmente para espalhar a sua mensagem de emancipação, e o seu sucesso pode ser visto no facto de muitas colónias britânicas abolirem a escravatura durante a sua vida. A sua defesa também desempenhou um papel no aumento da consciência pública sobre a situação do povo africano nas colónias.

Desde a sua morte em 1784, o legado de Benezet tem sido honrado pelo movimento Quaker, e ele é lembrado como um corajoso defensor dos direitos humanos. Seu trabalho também foi fundamental para inspirar ativistas no século 21, incluindo o movimento Black Lives Matter.

Educação infantil de Benezet e suas obras

Benezet recebeu uma educação formal mínima, mas tinha uma profunda sede de conhecimento. Desde muito jovem foi muito influenciado pelas obras de autores franceses como Molière e Voltaire. Ele também leu extensivamente sobre vários assuntos, incluindo teologia e filosofia. Aos 22 anos chegou à Filadélfia, onde trabalhou como professor. Ele aproveitou esta oportunidade para ajudar a educar crianças de todas as origens sobre a abolição.

Além de escrever suas próprias obras, Benezet também traduziu obras de outros abolicionistas famosos, como Quobna Ottobah Cugoano e Gustavus Vassa. Ele publicou seus trabalhos na esperança de espalhar suas palavras de emancipação para um público mais amplo. Ele também escreveu seus próprios panfletos, que foram amplamente lidos em toda a Grã-Bretanha e suas colônias.

Benezet, uma força unificadora

Anthony Benezet foi um líder do movimento abolicionista nas colônias americanas, bem como nas colônias britânicas. Ele teve a capacidade de unir pessoas de todas as esferas da vida na luta pelos direitos humanos. Apesar do racismo prevalecente na época, Benezet conseguiu convencer muitos a abandonar os seus preconceitos e a procurar justiça para todos os humanos. Ele também foi uma figura unificadora, reunindo as ideias dos abolicionistas americanos e britânicos num esforço bem-sucedido.

Benezet trabalhou em estreita colaboração com muitos dos principais abolicionistas de sua época, incluindo ativistas quacres como John Woolman e Abraham Brown. O seu trabalho incansável ao lado destes influentes abolicionistas foi fundamental para aumentar a consciência pública sobre a escravatura e inspirar os esforços de activistas posteriores.

Apreciação e reverência por Benezet

Hoje, Benezet é lembrado e homenageado por suas contribuições ao movimento abolicionista. Seu legado foi homenageado pelo movimento Quaker e seu nome é reverenciado por aqueles que lutam contra as injustiças da sociedade. Nos Estados Unidos, uma placa memorial foi erguida no local da capela onde ele pregou. Além disso, uma rua na Filadélfia foi nomeada em sua homenagem.

O seu trabalho e influência continuam a ser celebrados como uma parte importante da história dos direitos humanos. As memórias, ensaios e panfletos de Benezet ainda estão amplamente disponíveis e o seu legado de defesa de direitos tem sido uma inspiração para as gerações posteriores.

Margaret Hanson

Margaret R. Hanson é uma jornalista e escritora do Reino Unido. Ela escreve sobre o Reino Unido há mais de uma década, cobrindo tópicos como política, assuntos atuais e cultura. Margaret está empenhada em produzir um trabalho envolvente, informativo e instigante.

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